Servidor do CCTA é vencedor do Prêmio Políbio Alves de Literatura na categoria poesia

Com o projeto ‘Soletrar das Sombras’, o servidor técnico-administrativo do CCTA, Paulo Sérgio Vieira, conquistou o primeiro lugar na categoria poesia do Prêmio Políbio Alves de Literatura, um dos mais importantes da Paraíba. 

Os ganhadores foram escolhidos segundo critérios de mérito em originalidade e relevância da obra; qualidade estética e literária da obra; qualidade de escrita do texto; impacto na sociedade e contribuição à cultura; e qualidade dos aspectos formais da obra. 

O prêmio é uma realização da Prefeitura de João Pessoa e todas as obras vencedoras serão publicadas em livros. 

‘Soletrar das sombras’ é o quarto livro de poemas de Paulo Sérgio Vieira, depois de ‘Cílios de Deus’ (Editora UFPB, 1995), ‘Diálogo das horas’ (Editora UFPB, 2014) e ‘Plumagem do vento’ (Editora UFPB, 2019) – este último selecionado no concurso da Editora da UFPB para publicação de 10 obras. 

A obra premiada reúne cinquenta e cinco haicais. O haicai é uma forma poética de origem japonesa, caracterizada pela síntese na forma e na expressão. Daí a sua composição em apenas três versos: “dentro luz de vela/ fora luz de pirilampo./ noite no campo”. Predominantemente, a sua temática é a natureza. O poeta, num flagrante, capta determinada situação e/ou fato natural e o transforma em poema. 

Segundo o autor, o propósito do livro “é difundir essa poética, apontando para a necessidade de as pessoas aprimorarem o seu modo de se relacionar com o mundo e os elementos da natureza – a libélula, o vaga-lume, o bem-te-vi, entre outros –, numa espécie de retorno do ser humano às suas origens. Agindo assim, eu me situo no dia a dia da vida moderna, marcada pelo tempo cada vez mais exíguo para os seres humanos se abrirem à espiritualidade, para voltar-se para si mesmo e para o outro; pela valoração exacerbada das coisas materiais, enfim, pela reificação do homem”.

Ainda de acordo com Paulo, ele espera, com essa poética, manter acesa nos leitores o interesse pela temática objeto de sua obra, a qual está intimamente relacionada à tão buscada sustentabilidade nos dias de hoje. 

Sobre a decisão de participar do Prêmio, Paulo afirma que tomou conhecimento do concurso, por meio das redes sociais, mas acabou perdendo o prazo para se inscrever.  No entanto, as inscrições haviam sido prorrogadas e ele conseguiu participar. 

O poeta conta também que o projeto ‘Soletrar das sombras’ já existia, estava pronto para a publicação. Houve, contudo, necessidade de definir melhor o número de poemas, e a disposição destes no livro, além de formatá-lo em conformidade com as exigências do concurso para concessão do Prêmio Políbio Alves. "Essa reestruturação para concorrer ao Prêmio foi realizada em torno de uma semana", ressalta Paulo. 

SOBRE O AUTOR 

Paulo Sérgio Vieira, 62 anos, natural de Cajazeiras – PB, reside em João Pessoa, desde a década de 80. É graduado em Letras, com especialização na área de Literatura Brasileira, revisor de textos, servidor técnico-administrativo da UFPB e professor do ensino médio da rede estadual, onde leciona Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Redação.

Publicou em suplementos e periódicos literários, entre os quais Correio das Artes (jornal A União) e O Jornal da Paixão (ADUFPB-JP); nas revistas Usina, Ler e Revista do CCHLA e também na Agenda do Professor ADUFPB-JP. Integrou os projetos “Poesia Itinerante” (parceria entre o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado da Paraíba e a Secretaria de Cultura e Educação do Estado da Paraíba), “Boca da Noite”, “Arte é Intriga” e “Tome Poesia”.

Participou da exposição “Dez Poetas Paraibanos Hoje”, promovida pela Aliança Francesa – João Pessoa – PB, e da Antologia Sonora – poesia paraibana contemporânea, organizada pelo Sebo Cultural (João Pessoa – PB).

Ainda, ministrou a “Oficina de Haicais”, no XIV Festival do Japão na Paraíba, em 2019.

É autor dos livros de poemas Cílios de Deus (Editora da UFPB, 1995), Diálogo das horas (Editora da UFPB, 2014) e Plumagem do vento (Editora da UFPB, 2019). 

Reportagem: Débora Freire