‘SARGAÇOS’ será aberta no próximo dia 09
No próximo dia 09, será inaugurada a exposição ‘SARGAÇOS’, da artista visual paraibana e professora do Departamento de Artes Visuais do CCTA/UFPB, Dr.ª Rosilda Sá.
A abertura da mostra acontece das 19h às 21h, na Galeria de Arte Archidy Picado, da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego (FUNESC), em João Pessoa, onde ficará aberta ao público até dia 14 de novembro deste ano. A classificação é livre e a entrada gratuita.
A Galeria de Arte Archidy Picado está localizada na Rua Abdias Gomes de Almeida, 800, no bairro de Tambauzinho. A visitação poderá ser realizada de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h, e, aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.
Segundo a artista, ‘SARGAÇOS’ é um mergulho nas suas memórias afetivas, estéticas e cenestésicas da infância, nos lugares de origem – a casa materna (dos avós), a praia e o mar – que embalam sua imaginação poética em mais de vinte e cinco obras inéditas, entre bordados, esculturas e instalações, criadas ao longo de dois anos cujo enfoque está nas práticas manuais artesanais, no contexto da arte contemporânea.
De acordo com a curadora Amanda Tavares, a obra de Rosilda Sá “não é apenas a invocação de uma paisagem, mas um cruzamento simbólico: diz tanto sobre a ancestralidade, a pulsão memorial e uma certa busca mística pelo Absoluto quanto sobre o presente e incerteza em relação ao futuro”. Amanda ressalta também que as obras de Rosilda abordam aspectos pessoais e íntimos, além de reverberarem questões coletivas urgentes na pauta global sobre o futuro do planeta, como a questão do plástico que invade os mares. É o caso da instalação ‘Balanço do mar’, que se trata de uma rede de dormir forrada por sacos plásticos e objetos têxteis sob uma areia contaminada de resíduos de plástico. Para a artista, “A obra sintetiza visualmente não mais o mar idílico, a paisagem regeneradora, a água salgada límpida que toca nossos corpos, mas concretiza a realidade global contemporânea.” Outra instalação, denominada “Orla”, traz a discussão em torno do futuro da cidade de João Pessoa com a expansão imobiliária vertical e suas consequências.
A artista explica ainda sobre a palavra Sargaços, título da exposição: “Sargaço é definida pelos especialistas como alga do gênero Sargassum. Historicamente as acumulações dessas algas formam grandes tapetes naturais no oceano, um ecossistema para diversas espécies marinhas – peixes, tartarugas, crustáceos etc. Porém, o desequilíbrio ecológico causado pelo aumento descontrolado dessa espécie, impulsionado tanto pelo aquecimento global quanto pelo uso de nutrientes provenientes de atividades agrícolas tem afetado regiões, sobretudo, ligadas ao turismo, que padecem com o problema ambiental, de saúde pública e econômico”. Nesse sentido, Rosilda Sá relata que, pensando nesses dois lados da questão, criou a instalação ‘Sargaços’ “com objetos têxteis costurados e justapostos que reverberam a ideia de movimento, própria dessa espécie de vegetação marinha. Não apenas para discutir sobre problemas e incômodos, mas também como possibilidade sustentável de utilização desse material natural para a criação de produtos e a consequente viabilidade comercial, conforme indicam várias pesquisas divulgadas na atualidade, a exemplo de: fertilizantes, de fios para costura, tijolos, produto alimentício, entre outros”.
Rosilda Sá volta a expor na Galeria de Arte Archidy Picado 40 anos após sua segunda exposição individual, em 1985, ano de inauguração da respectiva galeria. A artista realizou várias exposições individuais e participou de coletivas em galerias, museus, instituições e espaços alternativos no Brasil e em outros países, sendo as mais recentes: Fullgás – artes visuais e anos 80 no Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ, DF, SP e MG); SeñalÉtica – VII Posdata Esperanza Recuerda, Faculdade de Belas Artes, Universidade de Granada, Espanha; Mail Art - Politics of Love, Kunsthaus Hamburg, Alemanha.
Durante a exposição ‘SARGAÇOS’ haverá mediação e ações educativas. Essas ações têm os apoios do Projeto Mares sem Plástico (UFPB), coordenado pela Dr.ª Cláudia de O. Cunha; do Projeto Artes Visuais & Inclusão (UFPB), coordenado pelo Dr. Robson Xavier, que trabalha com os grupos do Instituto dos Cegos da Paraíba, Associação Ame Down e Instituto Paraibano de Envelhecimento (IPE/UFPB); do Laboratório de Cerâmica/LABCE/DAV/CCTA/UFPB, coordenado pela própria Professora Dra. Rosilda Sá.
As seis ações educativas estão previstas para ocorrerem nos dias 13, 18, 26, 27 e 29 de outubro e 12 de novembro.
O projeto da exposição ‘SARGAÇOS’ foi contemplado pelo Edital de Concurso N° 001/2025 para seleção pública de propostas artísticas – Ocupação dos espaços expositivos da FUNESC.
Sobre a professora Rosilda Sá
Nasceu em João Pessoa (PB), em 1963. Artista visual e docente. Mestre em Artes Visuais na linha de pesquisa em Poéticas Visuais Contemporâneas pela UFBA, doutora em Psicologia Clínica pela UNICAP. Estagiou no Atelier de Terre da École Supérieure des Beaux-Arts de Marseille, França.
Realizou várias exposições individuais e participou de coletivas em galerias, museus, instituições e espaços alternativos no Brasil e em outros países, sendo as mais recentes: Fullgás – artes visuais e anos 80 no Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ, DF, SP e MG); SeñalÉtica – VII Posdata Esperanza Recuerda,
Faculdade de Belas Artes, Universidade de Granada, Espanha; Mail Art - Politics of Love, Kunsthaus Hamburg, Alemanha.
Predominam na sua atual pesquisa os bordados, as esculturas e as instalações que refletem resistência e celebração da vida, a partir do mergulho em suas
memórias afetivas, estéticas e cenestésicas da infância – a casa materna (dos avós), a praia e o mar –, associadas às questões urgentes na pauta global – o lixo plástico em ambientes marinhos e costeiros – e, na pauta da cidade de João Pessoa (PB) – a expansão imobiliária vertical e suas consequências.
É autora de livro, artigos e vídeos.
Siga a artista no Instagram @rosildasa.art!
Redação: Débora Freire (jornalista no CCTA)
Fotos: Cacio Murilo
Data da publicação: 30/09/25