CCTA tem dois trabalhos contemplados no Prêmio Jovem Pesquisador da UFPB
Dois trabalhos apresentados por estudantes do CCTA no XXXI Encontro de Iniciação Científica (ENIC), da UFPB, ocorrido em outubro de 2023, no campus de João Pessoa, foram agraciados com o Prêmio Jovem Pesquisador.
O primeiro deles, que concorreu na área das Ciências Sociais Aplicadas, tem como título O impacto da organização feminista na cobertura jornalística paraibana do caso de feminicídio ‘Pâmela Bessa’, com relatório da aluna Luana Lacerda, sob coordenação da professora de Jornalismo, Gloria Rabay.
Já na área da Linguística, Letra e Artes, o projeto do CCTA contemplado com o prêmio foi Curadorias de artes visuais no nordeste brasileiro - repercussões durante e pós pandemia do covid-19, da estudante Lohanna Oliveira e do professor do departamento de Artes Visuais, Robson Xavier.
Relatório O impacto da organização feminista na cobertura jornalística paraibana do caso de feminicídio ‘Pâmela Bessa’
Em O impacto da organização feminista na cobertura jornalística paraibana do caso de feminicídio ‘Pâmela Bessa’ se examinou a representação deste feminicídio na cobertura estadual e nacional, a fim de verificar se as ações feministas influenciaram na repercussão do caso. Além disso, foi analisado a contextualização do feminicídio, a correlação do crime a um problema social que deve ser combatido e a divulgação de órgãos de socorro e apoio às mulheres.
Para Luana Lacerda, ganhadora do prêmio, adentrar na área da pesquisa se deu em decorrência do engajamento dela com o movimento feminista. “Levei para a professora Gloria algumas questões que eu tinha, especialmente sobre como a mídia está representando os casos de feminicídio e se o jornalismo local corrobora para a revitimização dessas mulheres. Gloria sempre me acolheu e me incentivou bastante, ela mesma foi uma pessoa muito importante no movimento feminista na Paraíba e por isso nos demos tão bem”, conta a estudante.
Ainda segundo ela, foram praticamente três anos como bolsista de iniciação científica, sempre com muita investigação e dedicação, pois o que estava sendo trabalhado eram as preocupações que mobilizam enquanto agentes sociais, enquanto pessoas feministas. “Trabalhamos a temática em diversos artigos publicados em congressos, também no meu Trabalho de Conclusão de Curso. Com alegria recebemos o Prêmio Jovem Pesquisador! Para uma jovem pesquisadora como eu, essa é uma realização que confirma que se deve sempre seguir os caminhos do coração, aliando o trabalho à vontade de mudar as coisas”, ressalta Luana, que acabou de se formar em Jornalismo e agora encara o desafio da pesquisa em um mestrado, trabalhando a mesma temática.
A professora Gloria Rabay, que comemora muito a premiação, conta que ficou muito feliz pelo reconhecimento da dedicação a essa pesquisa que aborda uma temática extremamente significativa e mais atual do que nunca: “O modo como a imprensa faz cobertura do feminicídio pode resultar na legitimação de várias práticas violentas contra as mulheres. E esse trabalho veio para fazer refletir sobre esses modos de noticiar os crimes de feminicídio”.
Gloria, que está contribuindo na construção de um manual com sugestões para a imprensa modificar o modo de fazer cobertura sobre casos de feminicídio, ressalta também o importante papel da universidade, em especial do curso de Jornalismo da UFPB, que tem tido a preocupação de formar não apenas profissionais, que vão executar técnicas, mas sujeitos que pensam a prática de fazer o jornalismo, “especialmente no momento em que o mundo vive uma pandemia de desinformação e no qual precisamos trabalhar para a manutenção da democracia e da justiça social”.